Literatura e a nossa Língua Portuguesa (o que mais amamos)


O VOO DA LIBÉLULA

18/01/2017 22:25

Resenha de O VOO DA LIBÉLULA

 

Um avião com 169 passageiros que inesperadamente perdeu altitude, desviou seu curso e bateu em uma montanha... Duas bebês estavam no avião, uma sobreviveu, mas qual delas?

 

https://minhavidaliteraria.com.br/wp-content/uploads/2015/03/O-Voo-da-Lib%C3%A9lula.jpg

  Título: O voo da libélula

  Autor: Michel Bussi

  Editora: Arqueiro

  Páginas: 400

  Classificação da leitura:

O voo da libélula já começou bem pelo título. Quando eu assisti a uma resenha desse livro no Youtube fiquei muito curiosa. E, corri pra lê-lo.  O título é perfeito, tudo a ver com a história. Até fui pesquisar sobre as libélulas (insetos interessantes rsrsr).

Em O voo da libélula conhecemos Lylie, uma jovem que acabou de completar dezoito anos de idade. Lylie passou a vida toda sem saber se é Émilie ou Lyse-Rose. A dúvida sobre a real identidade da jovem se deu por conta de um acidente ocorrido quando ela tinha apensas três meses de vida. 

Na noite de 23 de dezembro de 1980, um avião caiu na fronteira entre a França e a Suíça, deixando apenas uma sobrevivente: uma bebê de 3 meses. Porém, havia duas meninas no voo, e criou-se o embate entre duas famílias, uma rica e uma pobre, pelo reconhecimento da paternidade. Os pais das duas bebês morreram; e, somente uma bebê sobreviveu em meio aos 169 passageiros. Um pequeno milagre, mas quem seria a milagrosa menina?

Naquela época ainda não existia o exame de DNA; e, mesmo após o passar dos anos e a criação do exame, algo ocorrerá que impedirá o fim do mistério.  Os supostos avós da bebê só a conheciam por fotos e ao avistarem a criança acreditaram tratar realmente da neta. Uma das meninas tinha uma irmã, Malvina de seis anos. Malvina reconheceu a sobrevivente como sua irmã, mas será que a justiça deve confiar no olhar de uma garotinha de seis anos?

A família rica contrata um detetive para solucionar o caso. Dezoito anos de investigação e Grand-Duc, o detetive, frustra-se ao não concluir o caso, por conta disso ele decide dar cabo da própria vida. Antes ele entrega um diário para Lylie. No diário o detetive havia anotado todos os dados da investigação.

 

"Sobraria aquele caderno, aquelas cem páginas redigidas ao longo do últimos dias. Para Lylie, para Marc, para Mathilde de Carvalle, para Nicole Vitral, para a polícia, para os advogados, para quem quisesse mergulhar naquele abismo..." Pág 14.

Antes de apertar o gatilho diante da própria testa Grand-Duc decide olhar pela última vez a primeira página de um jornal do dia do acidente. Ele já havia olhado aquela página tantas vezes. Mas, naquele dia algo chamou-lhe a atenção.

 

Ainda não conseguia acreditar no que estava vendo. Suas mãos tremiam. Um forte calafrio o percorreu, da nuca à base das costas.
Tinha conseguido! A solução estava ali, desde o princípio, à espera, sem pressa: era impossível encontrá-la na época, dezoito anos antes. Todo mundo tinha lido aquele jornal, todo mundo o tinha esmiuçado e analisado mil vezes, mas ninguém poderia ter adivinhado, nem em 1980 nem durante todos os anos que haviam se seguido.
A solução saltava aos olhos… com uma condição.
Uma única condição, totalmente absurda. Abrir aquele jornal dezoito anos depois!” (Pág. 19)

 

O detetive desiste de se matar, para ele o mistério estava resolvido, porém, ele é assassinado. E,  para nós, o mistério só aumenta..

Vamos acompanhar os passos de Marc, irmão de Lylie, já que a jovem desaperece após ler o diário de Grand-Duc. Marc tentará desvendar o enigma enquanto lê o relato deixado pelo detetive.

A narrativa é mista, ora em primeira pessoa ao lermos o diário do detetive, ora em terceira pessoa ao acompanharmos os passos de Marc, Lylie e outras personagens.

Apesar da Lylie ser a personagem central, ela não tem tanta abrangência durante a narrativa, o foco da história está no mistério em si. E, por conta desse mistério que nós, leitores, ficamos ávidos por acabar de ler este thriller.

Durante a narrativa do diário há partes com pouco movimento e alguns detalhes desnecessários que chegam a cansar um pouco. Também achei que alguns pormenores antes do desfecho da história poderiam ter sidos mais explorados. Mas, o mistério foi totalmente resolvido. E os detalhes negativos que aponto aqui não diminuem em nada o brilho desse romance policial.

Gostei bastante do desfecho da história. Há algumas reviravoltas um pouco antes do final do livro. Amo quando há partes que me surpreendem durante uma leitura; e, em O voo da libélula isso aconteceu mais de uma vez.

Se você gosta de um ótimo livro policial O voo da libélula é pra você!

 

Por Silmara N Rocha