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ADMIRÁVEL MUNDO NOVO - Aldous Huxley

Resenha de Admirável mundo novo

 
Ainda não li esta obra, mas está na minha lista. Ao ler a resenha feita pela amiga Sara a vontade de ler Admirável mundo novo só aumentou.

 

Você já se imaginou em um mundo onde todos são felizes? E onde ninguém ficasse triste? Incrível não é mesmo! Mas admirável mundo novo vai mostrar que a busca pela felicidade pode estar errada tornando o ser humano insensível.

 

  Título: Admirável mundo novo

    Título Original: Brave New World

  Autor: Aldous Huxley

  Editora: Globo

  Páginas: 312

  Classificação da leitura:

 

Quando li admirável mundo novo fiquei perplexa com tantas coisas atuais que o livro aborda, uma obra que foi publicada em 1932. Tenho certeza que quem embarcar nessa leitura vai entender do que estou falando. A narrativa é um pouco difícil de entender no início, mas depois que você acostuma não consegue mais largar.

 

O livro mostra um estado totalitário, no qual os seres humanos não nascem de forma natural, eles são pré-condicionados, ou seja, são criados em laboratórios, têm comportamentos pré-estabelecidos, e ocupam lugares pré-determinados. Todos são divididos de acordo com castas (Alphas, Betas, Gama, Deltas e Episilons). Você deve estar se perguntando o porquê de condicionar os humanos assim e dividi-los em categorias, é muito simples: o grupo Alpha é como se fosse o dono de uma loja, os betas, gamas e deltas são os gerentes, atendentes, caixas; e, os episilions são os faxineiros.  Um exemplo disso: Imagine que você seja um faxineiro, mas espera crescer na empresa, então faz o seu trabalho bem feito e estuda para crescer, passa a ser atendente, depois vai subindo de cargo até chegar na gerência, mas em admirável mundo novo não é assim, é exatamente pra isso que os humanos são pré condicionados - para se sentirem felizes com o que fazem.  Quem é episilion tem que passar por situações que estão de acordo com sua casta para que possam se sentir felizes em sua função para que não haja tristeza, reclamações ou aborrecimentos, em Admirável mundo novo você tem o dever de ser feliz com o que faz, não pode ficar insatisfeito com seu trabalho, e isso acontece com todas as outras castas.

 

Essa sociedade quer uma ideia de perfeição, na qual a felicidade tem que ser alcançada. Aí você se pergunta: mas se eles se sentirem tristes? Existe uma droga chamada Soma que eles são instituídos a usar caso tenham a sensação de tristeza, eles não podem se sentirem tristes de forma alguma.

 

A velhice não é aceita, e a morte é algo mais do que natural. É a busca pela sociedade perfeita, fria e tecnológica. Todas as pessoas devem fazer o que foram ensinadas a fazer, mesmo que não queiram ou que seja contra a vontade, elas tem que fazer o que foram condicionadas a fazer, e não o que pensam, apenas para o “bem da comunidade”. Elas são condicionadas a não ter emoções, pois “quando o indivíduo sente, a comunidade treme”. Se a pessoa for livre para pensar será uma ameaça. 

 

Não pense, obedeça! É isso que essa distopia quer mostrar. Tudo é gerado com base no consumismo, fica claro o capitalismo opressor e comunismo exagerado fazendo parte da vida de todos.

 

Quando tiverem a oportunidade de ler esse livro, pensem no seguinte: você está em uma sociedade opressora, onde sua única missão é obedecer ao que ela lhe impõe. Então, você não concorda com o jeito que é tratado (isso lhe gera uma revolta); e, você fica de mãos atadas, porque essa sociedade fez de tudo para excluir o mínimo risco de ocorrer qualquer tipo de revolta.

 

Um exemplo disso ocorre na narrativa: crianças passam por tratamentos de choque quando se sentem admiradas por um livro ou por quaisquer coisas que as estimulem à criatividade. Isso acontece para que sejam eliminadas todas as sensações de ideias criativas. Eles acreditavam que isso poderia afetar de alguma maneira a ordem.

 

O livro traz bastantes questões para serem pensadas, análises e críticas. É uma obra para ser discutida por horas e horas. É uma distopia surpreendente, tenho certeza que vão adorar essa obra de Aldous Huxley. Está entre as melhores distopias.

 

Sara Souza